Caso Alícia Valentina: agressão fatal em escola do Sertão tem repercussão nacional e contradições

A notícia da morte da estudante Alícia Valentina, de 11 anos, após ser agredida dentro da Escola Municipal em Belém do São Francisco, espalhou nacionalmente e chocou o país. O caso revelou falhas no atendimento médico, contradições nos relatos e a suspeita de que a violência teria sido motivada pela recusa da menina em se relacionar com um colega. A Polícia Civil investiga as circunstâncias da agressão e apura também possível negligência no socorro inicial.

Segundo a investigação, Alícia foi atacada por cinco colegas, quatro meninos e uma menina, no banheiro da escola. Ela chegou a ser atendida três vezes em unidades de saúde do município, antes de ser transferida para Salgueiro e, em seguida, para o Hospital da Restauração, no Recife, onde teve morte cerebral confirmada. O laudo do IML apontou traumatismo cranioencefálico severo causado por instrumento contundente, reforçando a suspeita de pancadas violentas na cabeça.

Nos últimos dias, surgiram contradições em depoimentos e registros oficiais. O boletim de ocorrência traz versões diferentes sobre o início do ataque e a forma como a vítima foi atingida, enquanto a polícia também investiga se houve negligência médica no primeiro atendimento, quando Alícia foi liberada mesmo apresentando sintomas graves.

Um vídeo divulgado recentemente mostra a estudante sendo cercada por colegas dentro do banheiro. Em determinado momento, um dos meninos desfere um golpe contra a vítima, enquanto os demais ajudam a impedir sua saída. O material deve servir como prova no inquérito. O Ministério Público acompanha a investigação, e os agressores, todos menores de idade, estão sob sigilo, conforme prevê o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).

O sepultamento de Alícia mobilizou familiares, colegas e moradores, que pedem justiça e cobram respostas das autoridades. A tragédia ganhou espaço na imprensa nacional e trouxe à tona o debate sobre violência nas escolas.

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