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No Dia da Doação de Órgãos, o Pauta relembra de Felipe, jovem que morreu em acidente de trânsito em Salgueiro

Felipe Vasconcelos, o jovem que tragicamente faleceu no último dia 15, após um grave acidente de trânsito em Salgueiro, ofereceu uma nova chance de vida a outras pessoas por meio da doação de seus órgãos. Esse gesto nobre da sua família transformou a dor da perda em uma mensagem de esperança e solidariedade, beneficiando aqueles que aguardam por um transplante. E isso merece ter muita visibilidade.

O acidente que levou à sua morte ocorreu na noite de quarta-feira, 11, na Rua Otávio Leitinho. Felipe estava em uma moto que colidiu violentamente com um carro dirigido por um motorista que havia ingerido álcool e fez uma manobra em local proibido. O impacto causou ferimentos graves em Felipe e em outro rapaz que o acompanhava, levando ambos a serem socorridos inicialmente ao Hospital Regional de Salgueiro, antes de serem transferidos para Petrolina, onde Felipe não resistiu.

A decisão da família de Felipe em doar seus órgãos é uma demonstração de amor e generosidade em meio à tragédia. A doação de órgãos é um ato que pode salvar muitas vidas; um único doador pode beneficiar até oito pessoas, enquanto centenas aguardam na fila por um transplante no Brasil. Para ser um doador, basta manifestar essa vontade em vida para a família, pois é ela quem autoriza a doação após a morte.

No Dia Nacional da Doação de Órgãos, celebrado hoje, 27 de setembro, a história de Felipe nos lembra da importância desse ato de amor ao próximo. Ser um doador é oferecer uma segunda chance de vida e fazer a diferença na vida de tantas famílias. Se você deseja ser um doador, converse com seus familiares sobre sua vontade e incentive essa causa. A doação de órgãos é um ato que perpetua a vida e transforma dor em esperança.

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Salgueiro: Do Apogeu ao Declínio

Salgueiro, um nome que evoca um passado vibrante e promissor, hoje se vê imerso em um ciclo de estagnação e desilusão. Em um tempo não muito distante, essa cidade parecia destinada a brilhar como um exemplo de progresso e desenvolvimento. Era um local de cinema e indústrias, um polo de oportunidades que superava até mesmo Petrolina. Mas, tragicamente, Salgueiro viu esse futuro promissor se desvanecer, transformando-se em um símbolo de decadência.

Há alguns anos, Salgueiro era um canteiro de obras do governo federal, um centro de efervescência econômica e política, com uma gama de órgãos governamentais que prometiam estabilidade e crescimento. O Salgueiro Atlético Clube, a única equipe campeã pernambucana do interior, era um orgulho local. A cidade parecia estar no caminho certo, com uma base sólida para prosperar.

No entanto, o que deveria ter sido um ponto de partida para um futuro ainda mais brilhante acabou se transformando em um período de estagnação. Nos últimos 20 anos, a cidade esteve sob a gestão do PSB, alternando entre Creuza Pereira e Marcones Libório, e eventualmente retornando a Libório. Esse período, marcado por uma longa aliança com o governo federal e estadual, prometia avanços e melhorias. No entanto, o que se viu foi uma sucessão de promessas não cumpridas e oportunidades perdidas.

A cidade que outrora era um exemplo de desenvolvimento é agora conhecida por seu retrocesso. O hino de Salgueiro, que canta sobre a hospitalidade e o calor humano, parece um eco distante, distante da realidade do poder público atual. A falta de inovação e a ausência de esforços para estimular o comércio local refletem uma administração que falhou em atender às necessidades da população e a fomentar um ambiente propício ao crescimento.

Entre 2008 e 2013, Salgueiro teve a sua maior chance de evolução, mas essa oportunidade não foi devidamente aproveitada. Em vez de transformação e expansão, a cidade sofreu com uma paralisação no tempo. Nada cresce, nada se cria, nada se transforma. O que era um centro vibrante de atividade econômica e cultural agora é visto como um símbolo de estagnação, uma cidade que parou no tempo e que parece não conseguir encontrar o caminho para a revitalização.

A história de Salgueiro é um lembrete poderoso de como a falta de visão e a administração ineficaz podem transformar uma promessa de sucesso em um exemplo de fracasso.

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Quem vai curar a dor da morte de quem já curou tantas dores?

Nesta quinta-feira, 25 de julho, Salgueiro recebeu a triste notícia do falecimento de Marcelo Vasconcelos, um salgueirense de 40 anos, fisioterapeuta, esposo e pai. A vida de Marcelo foi dedicada a aliviar a dor dos outros e deixa um vazio profundo em todos que tiveram a oportunidade de conhecê-lo.

A sua profissão visava tratar dores físicas, mas Marcelo ia além. Com um olhar atento e um toque gentil, ele transformava cada sessão de fisioterapia em um momento de terapia, ajudando a aliviar também as dores emocionais dos pacientes. Suas palavras, conselhos e histórias não apenas curavam, mas inspiravam.

“O corpo fala”, ele dizia. Era com esse argumento que ele ouvia e amparava. Marcelo não era só um profissional respeitado, mas também um homem de fé, sempre falando sobre Deus e sobre a importância da família.

Na nossa última conversa, um dia antes do acidente que nos separou dele, Marcelo falou sobre o que aprendeu e o que o fez crescer espiritualmente. Ele comentou com um sorriso que agora atendia apenas duas vezes por semana e aproveitava o resto do tempo para andar de bicicleta e estar com a esposa Maelli e as filhas Maju e Lara. “São essas memórias que ficam”, justificou.

Marcelo também compartilhou como aprendeu a expressar seus sentimentos e me ensinou a importância de mostrar carinho. “Eu também era assim, mas mudei. Hoje chego abraçando, beijando e dizendo que amo meu irmão.” Lá me veio ele com outro ensinamento sobre amor e família. Eu prestava atenção, como se estivesse em uma aula, ouvindo cada palavra que era dita.

É por tudo que ouvi e aprendi naquele 8 de julho que venho externar um pouco de quem era Marcelo, um homem de Deus, cheio de vida, apaixonado pela família, profissional exemplar e salgueirense que deixará muita saudade.

Para Maelli, suas filhas e toda sua família, desejo que encontrem força e conforto em Deus neste momento difícil. Marcelo sempre estará em nossos corações.

Descanse em paz, meu amigo.

 

Maitê – Equipe PH.

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O desaparecimento de três meninos no Rio de Janeiro e o desinteresse da sociedade no caso

Em 27 de dezembro, há 71 dias, três meninos desapareceram em Belford Roxo, na Baixada Fluminense, no Rio de Janeiro. Lucas Matheus, 8 anos, Alexandre, 10 anos e Fernando Henrique, 11 anos.

Eles saíram de casa juntos para jogar bola em um campo de futebol perto do condomínio onde eles moram e nunca mais foram vistos. São 71 dias de desespero e angústia das famílias, sem nenhuma evolução nas investigações. Apesar do desaparecimento ter sido noticiado em alguns jornais e sites, não foi vista nenhuma mobilização, nenhuma comoção geral, seja de autoridades, da mídia ou da sociedade. Nada foi feito para desvendar esse triste mistério.

Nas redes sociais, que costuma ser instrumento de cobrança, em massa, por avanços na investigação, nada é visto.

Até hoje, o mundo está chocado com o caso de Madeleine McCann, a menina britânica que desapareceu em Portugal, há 14 anos. Todo mundo conhece a história, todo mundo conhece o rosto de Madeleine. Nessas horas, fica clara a diferença de importância e atenção dada este tipo de história. Três crianças pretas e pobres não sensibilizam.

A Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense havia informado que as crianças não tinham sido flagradas por nenhuma das câmeras de segurança presentes na região. No entanto, mais de 2 meses depois, o Ministério Público do Rio de Janeiro identificou os três garotos em uma filmagem que já está em posse da Policia Federal, em que Lucas, Alexandre e Fernando aparecem passando em uma rua próxima ao local onde eles sumiram. 

Em nota, a polícia civil informou que a gravação visualizada agora não trouxe prejuízo para investigação e que nenhuma diligência deixou de ser feita porque as imagens não tinham sido visualizadas anteriormente. Sendo assim, segundo a polícia, não houve alteração significativa na investigação.

Enquanto isso, a mãe de Alexandre, Rana da Silva ainda sofre na hora de dormir. Ela diz que fica pensando se os meninos estão com fome ou se estão sendo maltratados.

Quando se trata de crianças, todos nós somos responsáveis, todos nós deveríamos estar chorando as dores destes pais. Seja Madeleine ou seja os três meninos de Belford Roxo.

Por: Pauta de Hoje

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Moro, de herói a inimigo

Após decisão do Ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), que anulou todas as condenações do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no âmbito da Operação Lava-jato pela incompetência da 13º Vara Federal de Curitiba do ex-juiz Sérgio Moro, o passado vem à tona.

O ex-juiz e ex-ministro, antes de se rebelar contra o presidente e acusar Jair Bolsonaro de interferir nas investigações da Polícia Federal, era tido pelos simpatizantes do atual governo como o herói da pátria. Moro agora é alvo desse mesmo grupo que, inconformado com a anulação e retorno da elegibilidade de Lula, desconstroem mais uma vez a imagem heroica de Sérgio Moro.

Lula cometeu crimes, a maioria dos seus apoiadores tem ciência disso. A anulação foi relativa a incompetência, e não ao mérito processual. Porém, se Curitiba, e consequentemente Moro sempre foram incompetentes para julgar, porque isso aconteceu?

No “Plano Lula”, Moro e companhia deram um “jeitinho brasileiro” – combinaram denúncias entre Ministério Público e Poder Judiciário e interferiram na política – o ódio visceral ao PT e a sede de ver o ex-presidente condenado e preso pelos seus crimes, inviabilizando sua participação nas eleições de 2018, iam muito além de qualquer moralidade. Deram ao juiz de Curitiba o posto de salvador da pátria, não se atendo a preliminar mais básica de um processo: a competência territorial para julgar, uma das mais evidentes ilegalidades da operação.

Agora, faltando menos de 2 anos para as eleições presidenciais, Lula volta a ser elegível. A parcialidade de Sérgio Moro, antes chamada de heroísmo e coragem faliu na mesma proporção da sua queda como Ministro da Justiça e Segurança Pública do Governo Bolsonaro.

Para o Presidente da Câmara e aliado de Bolsonaro, Arthur Lira, “Lula pode até merecer a absolvição, mas o ex-ministro Sergio Moro, jamais”.

Para o governador do Ceará, Camilo Santana, do PT, “Ninguém deve estar acima da lei. Nem julgados, nem julgadores”.

Questionado por petistas e bolsonaristas no Twitter, Moro silencia.

Com as condenações contra Lula até agora anuladas, os processos contra ele vão para julgamento em Brasília, decisão sempre defendida por juristas, constitucionalistas e pela defesa do ex-presidente. Os processos poderão cair com qualquer um dos quatro juízes que compõem a 10ª e a 12ª Vara do DF e os juízes poderão escolher reaproveitar atos processuais da Vara Federal de Curitiba ou reiniciar totalmente a instrução das ações penais.

Por: Pauta de Hoje