Coluna Semanal

Coluna Semanal – Furar a orelha de forma humanizada, respeito ou violência de gênero? – Por Roseane Lopes

A Coluna Semanal do Pauta de Hoje está no ar. A convidada desta semana é Roseane Lopes, Enfermeira Obstétrica (UFPE/Rede Cegonha), capacitada em perfuração de orelhinha com técnica humanizada, educadora perinatal, habilitada em massoterapia gestacional, tutora de campo do Programa de Residência em Enfermagem Obstétrica (ESPPE/SES-PE VII GERES) e empreendedora na modalidade de home care materno infantil.

 

FURAR A ORELHA DE FORMA HUMANIZADA, RESPEITO OU VIOLÊNCIA DE GÊNERO?

Ao se tratar de colocar brincos na menina recém-nascida, surgem várias polêmicas acerca da violência de gênero. Várias fontes fazem a sua definição quanto ao termo, associando ao contexto utilizado, mas pode-se inferir comumente como Violência de Gênero sendo aquela manifestação de poder que sugere desigualdade entre mulheres e homens, associada a papéis históricos e sociais, que tem caráter discriminatório e pode ser expressa de forma física ou psicológica.

Há quem acredite que ao furar a orelha de um bebê que não pode falar por si e expressar (ou não) seu desejo quanto a esta decisão, é um tipo de violência de gênero. Entretanto, um novo nicho no mercado empreendedor, traz pensamentos distintos ao oferecer a “Perfuração de Orelhas com Técnica Humanizada” que leva o brinco a orelha do bebê, sem dor e de forma segura, após o desejo dos pais em realizar este procedimento. Esta técnica para aplicação de brincos, já é realizada nas capitais, com alta adesão pelos famosos, como é o caso da  Sabrina Sato, da cantora Thaeme, do Cantor Péricles e dos ex-BBB’s Rodrigão e Adriana Santana que escolheram para suas filhas, a aplicação de brincos, sem dor.

Em Salgueiro, esta já é uma opção disponível para os pais que optarem pelo procedimento humanizado que leva a segurança no método e o conforto do domicílio da criança.

Não há dúvidas de que este assunto precisa ser discutido! Na nossa cultura, colocar brincos é símbolo de delicadeza e vaidade. É preciso respeitar a família que decide não fazer e deixar essa decisão para a criança após crescer e poder decidir por si mesma. Mas, também é preciso respeitar aquela família que deseja colocar brincos na sua filha.

O termo ‘Humanizar’ vem de ‘benévolo’ e após conhecer o método de colocar brincos sem trauma no bebê, acredito que para as famílias que querem, com certeza este é o melhor meio de ofertar o procedimento sem traumas e sem dor, respeitando a decisão dos pais e fazendo deste momento o mais especial e seguro. Ressalvo que, em toda a discussão, a compreensão deve estar em Respeitar a escolha do outro, seja ela a favor ou contra o uso de brincos em bebês!

Poder levar este tipo de cuidado ao conforto e segurança da casa do bebê no Home Care (Cuidado Domiciliar), é uma forma de oferecer menores riscos de infecção no furo da orelha e de contaminações de doenças (como é o caso da COVID-19) que podem acontecer ao expor o bebê a lugares de risco potencial, como ambientes com aglomerações e circulação de pessoas doentes. A ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária, proíbe a realização de perfuração de orelhas dentro de ambiente hospitalar, por esta razão, não há mais a prática antiga e errônea de sair da maternidade, com o brinco na orelha do bebê.

Trazer este serviço para a minha cidade natal, Salgueiro e regiões circunvizinhas, é poder oferecer as mulheres e bebês da minha região, um cuidado que antigamente era elitizado e direcionado apenas aos famosos e moradores de capitais. Hoje, me sinto feliz ao oferecer ao meu Sertão, um Home Care Materno Infantil e saber que aos poucos sou conhecida como a Enfermeira que fala em Humanização no interior e até mesmo, como a Fada do Brinco, como dizem as crianças quando chego nas suas residências para colocar o brinco sem choro, sem medo e sem dor. É gratificante! Além de levar o primeiro brinco com técnica humanizada e segura, sem dor, atuo em serviços voltados a assistência humanizada ao público materno infantil, como massoterapia gestacional, arte gestacional (pintura na barriga), perfuração humanizada sem dor para adultos, educação perinatal no curso de pais, consultas de enfermagem no pré-natal e pós-parto, exame de prevenção ao câncer de colo de útero, entre outros.

Vale relembrar que o respeito a diferença de opinião sobre diversos termas, ainda a melhor forma de conduzir temas polêmicos.

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