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Pesquisa da UFRPE confirma casos do coronavírus em gatos no estado

Uma pesquisa realizada pela Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), em parceria com outras instituições do Brasil, confirmou no estado os dois primeiros casos do novo coronavírus em gatos. Segundo o professor Daniel Brandespin, coordenador local do trabalho, os registros foram feitos no Recife e em Moreno, na Região Metropolitana.

No estudo, que faz parte do projeto PET Covid-19, iniciado em janeiro deste ano, os pesquisadores pretendem mostrar que as pessoas infectadas podem transmitir a doença para os animais de estimação.

As coletas estão feitas em casas de pessoas que apresentaram a Covid-19, doença provocada pelo novo coronavírus.

Os animais são testados até dez dias depois de os donos terem manifestado os sintomas. São bichos que têm relação muito próxima com os tutores. Existem aqueles que “dormem na mesma cama”, por exemplo.

“Os animais são as vítimas. Eles não apresentaram sintomas nem passaram para os humanos. A saída para o dono é manter o distanciamento social do bicho, caso pegue o novo coronavírus”, declarou Brandespin.

Além da Rural de Pernambuco, participam do projeto instituições do Paraná, São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Até agora, 11 casos foram registrados no resto do Brasil.

“Temos um animal com o novo coronavírus em Cuiabá, e quatro, em Curitiba. Também houve confirmação de um caso em Belo Horizonte, cinco em Campo Grande, além dos dois do Grande Recife”, afirmou o professor.

Com financiamento do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), o trabalho está sendo acompanhado pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE). A entidade registra na internet ocorrências de animais que contraíram a doença em todo mundo.

Segundo a OIE, cães e gatos domésticos são alvos de pesquisas em todo o mundo sobre a ocorrência de infecções naturais e experimentais.

Na tabela da suscetibilidade à infecção, que tem cinco níveis, os cachorros aparecem no terceiro nível, denominado (baixo), enquanto os gatos estão no quinto (alto).

Depois, os dados serão tabulados e registrados em artigo em revistas científicas. No Brasil, o trabalho é coordenado pelo Professor Alexander Biondo, da Universidade Federal do Paraná (UFPR), em Curitiba.

“Temos uma parceria com as universidades de Washington e Perdue, nos Estados Unidos para publicar os resultados”, afirmou o pesquisador, que trabalha com a professora Rita Maia, também da UFRPE.

Em Pernambuco, a equipe da UFRPE cumpriu um quinto da meta de fazer 100 coletas de animais. As duas primeiras confirmações saíram depois de 20 visitas domiciliares.

“Esse número de 100 foi definido como um mínimo para cada instituição”, disse Brandespin. Nos dois casos, os animais são de veterinários, segundo o coordenador das atividades. “Tivemos 2% de efetividade [antes de atingir 100% da coleta]”, disse o coordenador do projeto.

No caso do registro feito em Moreno, na Região Metropolitana, houve confirmação de infecção em uma gata de 11 meses, sem raça definida e castrada. O animal vice com quatro adultos, sendo três mulheres e um homem. Também há outro gato na residência. Entre os humanos, três contraíram o novo coronavírus.

Na planilha que consta no site da OIE, é possível acompanhar dados sobre o animal que contraiu o novo coronvírus. A gata não apresentava sintomas quando foi feita a coleta. Ela é descrita como como bicho “com contato próximo ao tutor”.

No registro feito no Recife, aparece um macho de 1 ano de idade, sem raça definida e castrado. Ele vive em uma casa com um casal e três cães. Os tutores contraíram a doença.

“Os dois gatos estão bem. Estamos fazendo o acompanhamento. Vamos fazer a coleta de sangue e observar a sorologia para depois realizar o registro, afirmou o professor Brandespin.

Depois da coleta de sangue, o material, será enviado para um instituto em belo Horizonte, que vai concentrar todas as amostras da pesquisa em todo o Brasil.

Os casos confirmados do novo coronavírus nos gatos foram comunicados ao Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa). “Assim como casos de humanos são registrados no Ministério da Saúde, comunicamos para as autoridades os registros de animais”, afirmou o professor.

Cães

No Paraná, a pesquisa informou, em novembro de 2020, que dois cachorros testaram positivo para presença do novo coronavírus no organismo, em Curitiba. As informações foram repassadas pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), que coordena o projeto naquele estado.

O primeiro caso, segundo a universidade, foi de um macho adulto da raça buldogue francês. Ainda de acordo com a instituição, o tutor dele tinha testado positivo e percebeu uma secreção nasal no animal, que dorme na mesma cama.

O tutor fez um segundo teste no mesmo dia que o cão. O resultado do exame deu negativo para o dono e positivo para o buldogue.

Foi detectada uma pequena quantidade de vírus no organismo do animal, segundo a universidade. No dia seguinte foi realizado um novo teste no animal, que deu negativo.

O segundo caso foi de um cão macho adulto sem raça definida (RSD), que a tutora também tinha testado positivo. A mulher tem quatro cães, que segundo a dona, tiveram episódios de espirros, mas apenas um deles testou positivo para coronavírus.

Por: G1 PE

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