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RJ: Operação da Polícia Civil resulta em pelo menos 25 mortos e é a mais letal da história

Uma operação policial nesta quinta-feira (6) no Jacarezinho, comunidade na Zona Norte do Rio, é a que deixou mais mortos na história do estado ao menos desde 1989. Até as 16h05, 25 pessoas haviam morrido baleadas, e a operação seguia em andamento.

Segundo a Polícia Civil, um dos mortos foi o policial civil e os outros 24 assassinados são suspeitos de integrar o crime organizado, mas não revelou as identidades ou as circunstâncias em que foram mortos.

O sociólogo Daniel Hirata, do Geni, cobra uma resposta das autoridades quanto à operação que classifica como inaceitável. Ele diz que, segundo os moradores, a ação se tornou mais violenta após a morte do policial e ficou “incontrolável”.

Desde junho do ano passado, o Supremo Tribunal Federal (STF) suspendeu operações em favelas durante a pandemia. A decisão permite ações apenas em “hipóteses absolutamente excepcionais” e com o aval do Ministério Público.

Pelas redes sociais, moradores relataram mais mortes que as computadas, além de corpos no chão, invasão de casas e celulares confiscados. À tarde, eles chegaram a fazer um protesto na comunidade.

A Defensoria Pública do Rio de Janeiro informa que está acompanhando “com muita atenção os desdobramentos da operação”. “Neste momento, a instituição está no local, por meio de sua Ouvidoria e do Núcleo de Defesa dos Direitos Humanos, ouvindo os moradores e apurando as circunstâncias da operação, a fim de avaliar as medidas individuais e coletivas a serem adotadas. Desde já, manifestamos nosso pesar e solidariedade aos familiares de todas as vítimas de mais essa tragédia a acometer nosso estado.”

Informações: Grupo de Estudos dos Novos Ilegalismos (Geni) da Universidade Federal Fluminense (UFF) e da plataforma Fogo Cruzado.

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